Abrates - Associação Brasileira de Tradutores e Intérpretes
A ABRATES – Associação Brasileira de Tradutores e Intérpretes — congrega profissionais e instituições da área de tradução com o objetivo de promover o desenvolvimento profissional, divulgar informações, incentivar o intercâmbio e atividades voltadas para todos os aspectos da tradução e interpretação. Nesse sentido, a ABRATES promove e apoia a realização de cursos e congressos, e divulga oportunidades de trabalho e de crescimento profissional. Entre seus objetivos estão a promoção do intercâmbio entre tradutores, intérpretes, estudantes, professores, universidades, empresas de tradução e outras organizações ligadas à atividade. A ABRATES promove o Programa de Credenciamento de tradutores que, consoante o objetivo de valorização da profissão e dos profissionais, é um atestado da capacidade profissional do tradutor e um indicativo que o auxilia a apresentar-se aos clientes e colegas.
História[editar | editar código-fonte]
Texto adaptado da versão completa, escrita por Paulo Wengorski em 2009, e disponível no site da Abrates.
Em maio de 1974, os tradutores criaram no Rio de Janeiro, com uma seção em São Paulo, a primeira organização de tradutores do Brasil, a ABRATES, Associação Brasileira de Tradutores, sob a inspiração de pessoas da importância de Paulo Rónai, Aurélio Buarque de Hollanda, Raymundo Magalhães Júnior (o primeiro presidente), Marco Aurélio Moura Matos, Elias Davidovitch, Clóvis Ramalhete, Daniel Rocha. A seção paulista da associação foi abrigada pela Faculdade Ibero-Americana; no Rio, ela se instalou nas dependências da mais antiga (1917) de todas as sociedades de direito autoral do Brasil, a SBAT – Sociedade Brasileira de Autores Teatrais. Essa foi, durante alguns anos, a única organização dos tradutores no país. Data dessa época a primeira “tabela” ou lista de preços de trabalhos de tradução. Considerada “abusiva” e “ridícula” pela maior parte dos usuários dos serviços na época, acabou por se firmar e hoje a “Lista de Preços Sugeridos” que a sucede, divulgada pelo SINTRA, serve de base para uma grande parte dos clientes de tradução. São também dessa época o primeiro Código de Ética e o primeiro trabalho universitário sobre tradução, realizado por Mário Galvão de Queirós Filho.
Crise dos anos 80[editar | editar código-fonte]
Com a recessão econômica da década de 80, como tantas outras coisas no Brasil da época, a organização dos tradutores encolheu. Reduziu-se a zero em São Paulo, e a pouco mais do que isso no Rio. Mas foi a determinação das pessoas que a conduziam, Waldivia Portinho, Waltensir Dutra, e outros (poucos) mais, aliada ao amparo físico dado pela SBAT que permitiu que a ABRATES resistisse.
Reconhecimento da profissão pelo Ministério do Trabalho[editar | editar código-fonte]
Até 1988 a profissão de tradutor não era reconhecida, ou seja, apesar da existência do cargo de Tradutor Público, ou juramentado, instituído nos anos quarenta pelo próprio governo, a atividade da tradução era vista como eventual. Graças aos esforços, entre outros, da então presidente da ABRATES, Wilma Vidal, o Ministério do Trabalho reconheceu a profissão de tradutor em setembro de 1988. A partir desse ponto, passou a ser possível a constituição de um sindicato. O sindicato – que após exaustivas discussões acabou recebendo o nome de SINTRA, Sindicato Nacional dos Tradutores (sigla proposta por Mário Galvão de Queirós Filho) surgiu a partir da ABRATES-RJ, ainda abrigado pela SBAT, em novembro de 1988.
Abrates e Sintra[editar | editar código-fonte]
Dezoito anos após a fundação, o perfil dos associados havia mudado. O que começou como uma associação de pessoas ligadas à tradução de literatura abrigava agora um sindicato de profissionais em que predominavam, em número, os tradutores da área técnica. As relações entre os tomadores e prestadores de serviço haviam se ampliado e se alterado, e na visão da época era mais importante investir no sindicato, nacional, que representava oficialmente a categoria, do que em uma associação profissional. Diante desse quadro, a presidente eleita em 1991, Lia Wyler, realizou em abril de 1992 a separação física entre o SINTRA e a SBAT, alugando uma sala no mesmo prédio da SBAT, no Rio de Janeiro. Isso se justificava, não somente pelo crescimento do número de associados, como também porque os objetivos agora transcendiam a conquista do pagamento de direitos autorais, que era e é uma questão em que o SINTRA está mais próximo da atuação da SBAT. Mas havia coisas que o sindicato não podia, ou não devia fazer. A ABRATES foi então retomada para poder produzir publicações e, especialmente o exame de credenciamento, cujo objetivo é indicar a excelência profissional. A Associação só voltou a ganhar relevância em dezembro de 1999, com novos estatutos definidos e papel diferenciado do sindicato.
Estatuto[editar | editar código-fonte]
Em 14 de março de 2014, uma assembleia geral ordinária aprovou o atual estatuto consolidado, disponível na página da associação.
Lista de presidentes da ABRATES[editar | editar código-fonte]
- Raymundo Magalhães Junior, 1974-
- Waldívia Portinho, 19??-
- Waltensir Dutra, 19??
- Wilma Vidal, 19??
- Lia Wyler, 1991-
- Vagner Fracassi, 20??
- Astrid ???, ????
- Sheyla Barreto de Carvalho, 2006-2008
- Paulo Wengorski (faleceu em 2010, durante o mandato), 2008-2010
- Elizabeth Mattos (vice-presidente na gestão de Paulo Wengorski, assumiu após seu falecimento, até nova eleição), 2010-2012
- Liane Lazoski, 2012-2014
- Liane Lazoski (reeleita), 2014-2016
- William Cassemiro, 2016-2018
- Ricardo Souza, 2018-2020
- Gio Lester, 2020-