História da interpretação

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A Interpretação no Brasil[editar | editar código-fonte]

A interpretação é a arte de facilitar a comunicação entre indivíduos que não falam um idioma comum e pode ser feita usando linguagens orais ou a linguagem de sinais. A primeira menção oficial de interpretação no Brasil se deu em 1812 em um decreto assinado por D. João, quando ainda Príncipe e Regente. A segunda data de 13 de janeiro de 1820 e nomeia “Carlos Mathias Pereira para servir de interprete quando fôr necessário” com um “ordenado anual de 300$000”. Desde então várias outras menções são feitas à profissão.

  • Cronologia da interpretação no Brasil
    • 6.11.1812 – Dom João, Príncipe e Regente cria o cargo de intérprete;
    • 13.1.1820 - Carlos Mathias Pereira é nomeado para o cargo de intérprete com o salário de 300$000;
    • 22.8.1820 – institui o ofício de intérprete no porto para fins de inspetoria de saúde;
    • 20.6.1891 – Decreto 400 [1]
    • 22.7.1914 – Decreto 11.009
    • 6.9.1918 – Decreto 13.172
    • 24.9.1919 – Decreto 13.774
    • 18.11.1920 – Decreto 14.478
    • 21.10.1943 – Decreto 13.609 [2]
    • 14.7.1945 – Decreto 19.191
    • 28.11.1979 – Decreto 84.248 – normatiza a profissão que passa a ser de nível superior; foi revogado por Decreto em 5.9.1991 o qual foi revogado em 22 de junho de 1993 por Decreto que revalida o Decreto 13.609.

Os artigos 193 e 223 de nosso Código Civil reconhecem o uso de intérpretes quando uma das partes, em situações legais, não falar o português, sendo determinado ainda que o pagamento seja feito pela parte interessada (artigo 819, parágrafo 2 da CLT). [3] e [4]

Reza o artigo 819 da CLT: Art. 819 - O depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a língua nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz ou presidente.

       § 1º - Proceder-se-á da forma indicada neste artigo, quando se tratar de surdo-mudo, ou de mudo que não saiba escrever.
       § 2º - Em ambos os casos de que este artigo trata, as despesas correrão por conta da parte a que interessar o depoimento.

[5]

A interpretação no campo militar[editar | editar código-fonte]

A história da interpretação militar brasileira

Dois episódios marcam o início da participação militar brasileira em iniciativas de organismos internacionais: um na década de 1930, quando enviamos um oficial da Marinha para participar da Comissão da Liga das Nações, na região de Letícia; o outro, na década de 1940, quando decidimos enviar três militares para serem Observadores Militares nos Bálcãs. Estes três militares (um da Marinha, um do Exército e um da Força Aérea) atuavam somente no lado grego da fronteira e eram acompanhados constantemente por um funcionário civil da ONU, oficiais de ligação gregos e um intérprete local. Na verdade, intérprete não seria a melhor categorização para o cidadão grego, já que, muito provavelmente, ele seria o que, atualmente, a ONU classifica como Language Assistant (cidadão local sem a devida formação em tradução e interpretação, mas que atua como facilitador de processos de comunicação).

Referências[editar | editar código-fonte]

Tese de Reynaldo Pagura[editar | editar código-fonte]

A tese de Reynaldo Pagura, A interpretação de conferências: interfaces com a tradução escrita e implicações para a formação de intérpretes e tradutores, é uma boa fonte de referência sobre a história da interpretação no Brasil.